Cloven Hoof​ - "Who Mourns For The Morning Star?" (2017)

High Roller Records

Mundo Metal [ Lançamento ]



Sabe aquele som com jeitão de NWOBHM? Então, muitas bandas estão surgindo e deixando claras as suas referências ao movimento, suas marcas no século 21 tem sido deixadas e estamos na época de se reviver os anos 80, mesmo as bandas veteranas, após tempos de hiato ou depois de lançar alguns discos abaixo da média, vem se restabelecendo e voltando a cair no gosto geral dos headbangers. Esse é o caso do Cloven Hoof, que após o ressurgimento com “Resist Or Serve” (2014), um disco um tanto confuso, volta com este “Who Mourns For The Morning Star?” e aqui a conversa é outra.

Parece que após um disco de pouca aceitação, o baixista Lee Payne finalmente encontrou uma formação que compartilha de suas idéias e está alinhada com a musicalidade ideal para o grupo. O novo disco foi lançado via High Roller Records e conta com um time de peso, nas guitarras Chris Coss e o jovem Luke Hatton (de apenas 23 anos!), na bateria temos Danny White (Aska, ex-Phantom-X) e os vocais ficaram a mando do versátil George Call (Aska, Banshee, Emerald, Empires of Eden, ex-Omen). “Who Mourns For The Morning Star” tem como proposta unir a sonoridade mais old School e tradicional da banda com uma pegada mais pesada e que remete aos bons tempos de US Metal. 

Tal pegada é claramente percebida logo nos primeiros riffs da faixa "Star Rider", um som que flerta muito com o início da carreira da banda, arrisco dizer que poderia estar perfeitamente no tracklist do clássico “Dominator” (1988). As guitarras realizam um grande trabalho, enquanto a cozinha apenas cumpre o seu papel, o grande destaque da canção são os vocais característicos de George Call, bem dosados e com ótimo alcance em notas altas.

"Song Of Orpheus" é mais calma, com ritmos cadenciados e peso na medida certa, deixa uma ótima impressão principalmente pela sua diversidade em relação ao restante do trabalho. O terreno é preparado para a sinistra "I Talk To The Dead", mais visceral e detentora de um ritmo cativante, é uma canção tipicamente pegajosa. Bem como o título sugere, a letra é horripilante: "Eu consigo ouvi-los... Eles estão voltando por mim!". Os vocais de George combinaram perfeitamente com a atmosfera da música e aqui nada de agudos incessantes ou berros ensurdecedores, dessa vez os vocais são fortes e agressivos.


Na sequência temos um Hard/Heavy classudo. "Neon Angels" é dequelas músicas gostosas de se ouvir, conta com um instrumental simplório, flertando com uma sonoridade bem clássica e contém um solo muito bom de Luke. "Morning Star" começa melancólica, com uma narrativa que se funde perfeitamente a melodia implantada, e aos 2 minutos e 11 segundos explode num Heavy clássico cheio de passagens marcantes. É empolgante e possui vocais modulados e diretos, daqueles que sibilam com poder a melodia da música. O petardo seguinte, "Time to Burn", é uma reafirmação da ressurreição da banda ao mundo do Metal, a bateria de Mr. White se destaca em meio as linhas de guitarra que parecem ter vindo através do espaço-tempo, de algum lugar da década de 80. Composição poderosa, direta e reta, certamente uma das melhores do disco.

Assim como em "I Talk To The Dead", "Mindmaster" é mais uma daquelas canções enigmáticas e cheia de climas, desta vez com direito a vocais em tons mais altos. O peso, a classe e a autenticidade são as marcas registradas dessa música, que ainda conta com linhas de guitarra soberbas. "Go Tell The Spartans" é a próxima e provavelmente trata-se da faixa menos empolgante do disco, mesmo assim, a música ainda possui ótimos momentos. Para fechar a audição, "Bannockburn", uma bela composição repleta de passagens que remetem diretamente a NWOBHM, onde percebe-se inclusive uma grande influência de Iron Maiden (época de ouro do clássico "The Number Of The Beast"), empolgante do começo ao fim. 

Devo mencionar que depois de tantos anos de hiato, e contando com um retorno nada empolgante, finalmente podemos decretar que o Cloven Hoof conseguiu se reerguer e lançar um disco conciso, um representante digno da história do grupo. “Who Mourns For The Morning Star” é capaz de fisgar o ouvinte e certamente será lembrado como uma sequência do trabalho apresentado nos clássicos "A Sultan's Ramsons" e "Dominator". Pode não vir a ser considerado um registro cult como os lançados na década de 80, mas cumpre seu papel e é de extrema importância para as pretensões atuais da banda. 


Nota: 8,8

*Nota The Metal Club: 8,37 


Formação: 

Lee Payne (baixo)
Chris Coss (guitarras base)
Luke Hatton (guitarras solo)
Danny White (bateria)
George Call (vocais)


Faixas:

1. Star Rider
2. Song of Orpheus
3. I Talk To The Dead
4. Neon Angels
5. Morning Star
6. Time to Burn
7. Mindmaster
8. Go Tell The Spartans
9. Bannockburn


Redigido por Yurian​ "Dollynho" Paiva

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